quarta-feira, 27 de fevereiro de 2008

Casa...casa...casa...

Porque será que a um passo de tomar uma decisão tão importante e de gente bem adulta, ou seja, comprar casa, só me consigo lembrar desta canção infantil? Será que é por causa da última quadra?

Era uma casa
muito engraçada,
não tinha tecto,
não tinha nada

Ninguém podia ,
entrar nela, não,
porque essa casa
não tinha chão.

Ninguém podia
dormir na rede,
porque essa casa
não tinha parede.

Ninguém podia
fazer chichi,
porque penico
não havia ali.

Mas era feita
com muito esmero,
na rua dos bobos
número zero.

terça-feira, 26 de fevereiro de 2008

O que fazer?

Quando não se tem nada para dizer?

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2008

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008

Asnografia

Leio num dicionário " Asnografia: s.f.: diz.se,ironicamente, da descrição de asno"
Pobre asno! Tão bondoso, tão nobre, tão inteligente como és! Ironicamente...Porquê? Nem um descrição séria mereces tu, cuja descrição exacta seria um conto de Pimavera? Se ao homem que é bom deverima chamar asno! Se ao asno que é mau deveriam chamar homem! Ironicamente...De ti, tão intelectual, amigo dos velhos e das crianças, dos regatos e das borboletas, do sol e dos cães, das flores e da lua, paciente e reflexivo, melancólico e amável, Marco Aurélio dos prados...
Platero, que sem dúvida compreende, olha-me fixamente com seus grandes olhos brilhantes, de uma serena firmeza, onde o sol brilha, diminuto e refulgente, num breve e convexo firmamento negro. Ai! Se a sua peluda cabeçorra idílica soubesse que eu lhe faço justiça, que eu sou melhor que esses homens que escrevem Dicionários, quase tão bom como ele!
E escrevi à margem do livro: " Asnografia: s.f.:deve dizer-se com ironia, claro está!, da descrição do homem imbecil que escreve dicionários".

in "Platero e Eu" de Juan Ramón Jiménez, Prémio Nobel de 1956

terça-feira, 19 de fevereiro de 2008

Dia de chuva

Não me perguntem o que na realidade me preocupa, o que na realidade não corre bem...existem simplesmente dias assim...em que o sol não sorri em que o céu está cinzento.
Uns dias rio-me outros choro, por dentro, sempre por dentro...Faz parte da minha personalidade este eterno teatro do faz de conta. Mostrar sempre e a quem na realidade não me conhece, que a minha vida é sempre cor-de-rosa, que estou sempre bem, que nada me preocupa, que sou forte...mas no silêncio da noite e dos dias não consigo deixar de pensar, na incerteza de que nada nesta vida é certo e garantido e que a qualquer momento tudo pode mudar...